Thursday, July 06, 2006

VIII


























E vêm eles
Eles que não desejam voar
Que amam a lucidez como um jarro de água limpa
E cujas caras imperturbadas
Sorriem mansamente

E tenho medo
Porque a eles não lhes conheço ardores
Nem trejeitos
Não enlouquecem
E todos os seus gestos são sólidos
E tão ausentes

Eles, os dos olhos perdidos
Que comportam um vazio
De sorrisos rasgados, de berros, sangue e calor
De loucura

Eles que não sonham
Eles que não desejam voar.