Thursday, July 06, 2006

VIII


























E vêm eles
Eles que não desejam voar
Que amam a lucidez como um jarro de água limpa
E cujas caras imperturbadas
Sorriem mansamente

E tenho medo
Porque a eles não lhes conheço ardores
Nem trejeitos
Não enlouquecem
E todos os seus gestos são sólidos
E tão ausentes

Eles, os dos olhos perdidos
Que comportam um vazio
De sorrisos rasgados, de berros, sangue e calor
De loucura

Eles que não sonham
Eles que não desejam voar.

2 Comments:

Blogger Fokas said...

Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida...
Acreditas mesmo que no fim do mundo, quando um furação destruiu o acampamento, os teus companheiros tiveram que renunciar à esperança de te encontrar viva?

11:03 AM  
Blogger António Melenas said...

Olá Catarina,
Dei uma vista de olhos ao teu blogue e não fiquei surprrendido pois já conhecia alguns do teus poemas. Além de inspiração eles revelam a fina sensibilidade de que és possuidora. Reparo porém que paraste em Junho. Isto não é para desistir, é para continuar
Beijinhos
do avô António

6:45 AM  

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