Sunday, May 28, 2006

(Para) Sempre




Mente-me; diz-me que o tempo não te levará,
Que estas rugas que vejo são flores que desabrocham em nós;
Lembra-me que os espelhos nunca foram de se fiar.
Despe-me e vê o meu corpo delgado e frágil,
Traçado a vinil – não a carvão –
E deseja-me, mostra-me o amar efervescente
Dos dias de ontem.

Solto o cabelo que se enevoou;
Seco, frágil,
Mas sempre o foi!
Somos tão iguais ao que éramos
Envelhecemos sem sequer crescer?
Ainda passo noites em branco
Ainda detesto fraldas e água-pé.
Chama-me moça;
A minha ingenuidade nunca foi maior.
Por o saber torno-me velha?

O meu vestido de linho claro não cheira a naftalina.

1 Comments:

Blogger . said...

Sim, pode dizer-se que tens muito na alma à espera de voar cá pra fora... Que assim seja. Beijos.

3:14 PM  

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