Da Multiplicidade e Impossibilidade da Poesia

Escrever é tão mais
Que o rabiscar fortuito do papel em branco
Para o arrancar à sua monotonia;
É a reflexão profunda de cada instante;
A metafísica dos devaneios.
Eu vivo em prosa,
Mas penso e amo em verso –
– E ainda assim não consigo achar
O amor nas palavras.
Ensaios atrás de ensaios
Persigo os pensamentos
Que morrem,
Insubmissos,
Para escapar ao cativeiro.
Amarrá-los injustamente?
Não; deixá-los antes voar,
Continuar a ser os olhos
Que me mostram o Mundo,
Deixá-los morar
Em esboços e poemas inacabados.
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